sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Sonhe alto, pense grande, chegue longe...



O sonho, mesmo quando não é realizado, faz um bem enorme à saúde mental de qualquer um. Sonhar é viver e quem não sonha não vive. Desde criança eu me reportava ao futuro. Voei alto em meus pensamentos.


Queria ser atriz, para viver vários papéis e dar vida aos personagens que viviam dentro de mim. Acredito que todos nós não sejamos uma, mas várias ‘personas’ perambulando pelo nosso inconsciente.

Sonhava, também, em ser cantora! Cantava enquanto me balançava na gangorra, no banheiro, enquanto arrumava algo em casa, em um pé de jabuticaba e cantarolava enquanto andava pelas ruas! Engraçado!

O cantar quase se concretizou, pois fiz aula de canto, durante alguns anos, e minha professora, Norma, achava que eu tinha talento e queria que participasse de um recital, mas me neguei, por incrível que pareça. Mais tarde cantei em coral, porém, tive que interromper essa atividade por motivos profissionais.

Sonhos me embalaram durante anos! Consegui a platéia em salas de aula durante décadas, pois, a atriz naquele momento se mostrava. Os alunos riam de meu jeito todo descontraído, imitadora e eu ria de mim mesma junto com eles.

Meu avô materno foi um visionário, um idealista! Já naquele tempo, educou seus filhos para a música. Todos eles conheciam a clássica. Assim, fomos criados em mundo em que havia de tudo um pouco: música, cinema, livros, estudos e viagens.

Várias músicas, filmes, livros e passeios marcaram minha vida. Hoje sinto uma saudade gostosa de tempos vividos e de meus sonhos, efetivados alguns, principalmente, com o auxílio da profissão eu escolhi.

Meu sonho maior é uma vida plena.

Expressar meus pensamentos custou-me, soltar as palavras engasgadas não é tarefa fácil. Não tenho receio de críticas e nenhuma pretensão. Escrevo para mim mesma. Mas adoro quando recebo um recadinho. Sinto o coração aos pulos e me orgulho ao ver um texto pronto! Que alívio! Que distração gostosa! Perdoem-me, se exprapolo nos casos pessoais, mas é neles que está minha vida!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Mau Humor *Lula Vieira -Publicitário

Li esse texto e achei-o sensacional! Concordo com o autor! É um artigo leve, divertido e, se concordar, escreva algo que lhe pareça também Mau Humor...



Não me lembro direito, mas li numa revista, acho que na Carta Capital, um artigo levantando a hipótese de que todo o cara que tem mania de fazer vestidos de coletinho vermelho. Aspas com os dedinhos quando faz uma ironia é um chato.

Num outro artigo alguém escreveu que achava que jamais tinha conhecido um restaurante de boa comida com garçons Joaquim Ferreira dos Santos, em 'O Globo' de domingo, fala do seu profundo preconceito com quem usa "agregar valor".

Eu posso jurar que toda mulher que anda permanentemente com uma garrafinha de água e fica 'mamando' de segundo em segundo é uma chata.

São preconceitos, eu sei. Mas cada vez mais, a vida está confirmando estas conclusões.

Um outro amigo meu jura que um dos maiores indícios de babaquice é usar o paletó nos ombros, sem os braços nas mangas. Por incrível que pareça, não consegui desmentir. Pode ser coincidência, mas até agora todo cara que eu me lembro de ter visto usando o paletó colocado sobre os ombros é muito babaca.

Outro índice infalível é que atrás de (fumando) um cachimbo existe 1 de 2 tipos de pessoas: ou inglês, ou babaca! Com cinquenta e muitos anos de vida, nunca encontrei outra espécie...

Já que estamos nessa onda, me responda uma coisa: você conhece algum natureba radical que tenha conversa agradável? O sujeito que adora uma granola, só come coisas orgânicas, faz cara de nojo à simples menção da palavra 'carne', fica falando o tempo todo em vida saudável. É a pessoa ideal para companhia na madrugada?

Eu detesto certos vícios de linguagem, do tipo "chegar junto", "superar limites", e os famosos "gerundismos" que lembram papo de concorrente a big brother.

Mais uma vez, repito: acho puro preconceito, idiossincrasia, mas essa rotulagem imediata é uma mania que a gente vai adquirindo pela vida e que pode explicar algumas antipatias gratuitas. Tem gente que a gente não gosta logo de saída, sem saber direito por quê. Vai ver que a pessoa transmite **algum sintoma de chatice.

Se algum dia eu matar alguém, existe a grande possibilidade de ser um guardador de carros. Deus que me perdoe, me livre e me guarde, mas tenho menos raiva de um assaltante do que do cara que fica na frente do meu carro fazendo gestos desesperados tentando me ajudar em alguma manobra, como se tivesse comprado a rua e tivesse todo o direito de me cobrar pela vaga.

Sei que estou ficando velho e ranzinza, mas o que se há de fazer?

E para terminar: existe qualquer esperança de encontrar vida inteligente numa criatura que se despede mandando "um beijo no coração"?

sábado, 19 de setembro de 2009

Coisas simples...




Ame verdadeiramente. Respeite quem te ama. Viva com mais poesia. Beije muito. Namore. Ouça Bach. Leia Drummond. Adote um cão(Ou um gato). Ore. Agradeça. Aventure-se. Lute pelos seus ideais. Mude. Erre. Tente de novo. Dance. Viaje. Procure. Ria com gosto. Chore se sentir vontade. Importe-se menos. Viva mais. Enfeite-se. Deseje loucamente. Arrisque-se. Tome chuva. Brinque. Seja generoso. Doe. Cuide dos velhos amigos e faça novas amizades. Experimente. Aprenda a dizer não. Faça Ioga. Medite. Trabalhe com prazer. Faça diferente. Relaxe. Seja tolerante. Dê o primeiro passo. Elogie.Olhe pra frente. Mostre seu valor. Tenha humildade. Distribua abraços. Faça arte. Use a imaginação. Seja grato aos seus pais. Ande descalço. Plante flores. Sonhe acordado. Respire fundo. Apaixone-se. Cuide-se.

Recebi esse texto sem autoria, acredito que complementa e muito meu escrito abaixo!










terça-feira, 15 de setembro de 2009

As coisas simples da vida

Há épocas de nossa vida em que somos surpreendidos por agradáveis acontecimentos que nos levam a ‘fazer as pazes com a vida’! Experiências simples, mas nos deixam imensamente felizes. Desde crianças aprendemos que, quando adultos, devemos ter uma boa profissão, por meio do estudo, claro, ter responsabilidade, ganhar nosso próprio dinheirinho e ser o mais rápido independente dos pais! Passamos a maior parte de nosso tempo no trabalho e continuamos, ao entrar nesse ritmo, sem que seja possível, pela rapidez com que os fatos acontecem, viver com qualidade, porque a roda gira e giramos com ela.

Afinal o mundo é uma bola de pingue-pongue, quanto mais longe for jogada mais bela a partida!

Ninguém nunca nos ensinou que a ociosidade é necessária, o ficar à toa é bom, meditar nos faz bem, tirar uma soneca após o almoço nos beneficia e demais coisas de que nos esquecemos em nosso dia-a-dia. Felizmente temos a chance de recomeçar quando não se trabalha fora (como no meu caso) e aí descobrimos a maravilha que é viver desfrutando da simplicidade da vida.

Que delícia dormir com uma roupa de cama limpinha, cheirosa e macia;
saborear uma comidinha como arroz, feijão, batata frita, saladinha e bife;
descascar mexerica no quintal debaixo do sol de inverno e comer as jabuticabas no pé;
as flores das jabuticabas antes de se tornarem frutos;
apanhar pitangas;
ter animais em casa (cura qualquer depressão);
conversar com amigos que discutem sobre tudo com inteligência e bom humor diante da vida e ficar contente com as boas novidades.
olhar gatinhos filhotes brincando entre eles;
preparar um chazinho à noite com bolachinhas antes de dormir.

Que felicidade encontrar velhos amigos e simples, apesar da nobreza de caráter e vida. Que gostosura escutar uma voz amiga! É a simplicidade uma forma de viver que nos delicia e nos faz degustar cada momento vivido, porque não se sabe quando se poderá ter de perto a felicidade novamente.

Simples é degustar o alimento que faz bem ao espírito! Não valorizamos e nem cultivamos pequenos e raros prazeres!

Quantos deslumbramentos diante da vida, se aproveitássemos melhor nosso tempo. Acumulamos hábitos que nem sempre nos fazem bem, apegamo-nos às coisas sem relativizar seu valor e deixamos de lado nossa prioridade maior que é viver a vida com menos! Quanta gostosura caminhar de braços dados com a natureza tão pródiga e tão rara nos dias de hoje. Nessa época, quase primavera, ela aparece colorida pelos ipês de setembro e pelas flores que se vê nos alpendres e jardins das casas.

Não se pode, porém, pensar que ser simples é ser simplório! Podemos viver muito bem ao simplificar em vez de complicar tudo!

Esquecemos que nossa existência é única, não podemos retroceder no tempo e nem adivinhar o futuro, portanto que a vida nos seja leve e suave. E, se não podemos viver mais simplesmente, que tenhamos a graça de ultrapassar limites e superar nossas fraquezas, possível e razoavelmente bem humorados, pois, está cientificamente provado que o amor por si mesmo é o melhor remédio para todos os males.

A vida, então, passa a ser vivida como deve, com despojamento e com visibilidade para que cada um se alimente dela com dignidade e sabedoria!

domingo, 6 de setembro de 2009

As coisas nem sempre são o que parecem

Gosto de trocar email com meus amigos. Conheço ‘quase’ bem o estilo de cada um, assim, vou lhes enviando aqueles que considero dos quais mais irão gostar! Recebo de tudo desde receitas, PPS’s brilhantes, cartinhas pessoais até piadas picantes. Caio na gargalhada, porque não há o que fazer quando isso acontece, porém não repasso. Outro dia recebi vários iguais, “As coisas nem sempre são o que parecem”. Li diversas vezes a mensagem e, em vez de tornar-se cansativa, avaliei o tudo que acontece em nossas vidas e nós, muitas vezes, não percebemos o quanto nada é por acaso. Penso que sejam sinais, embora nunca os vejamos claramente!
Ano passado, iniciei uma sessão de fisioterapia, pois fui acometida por uma tendinite no ombro direito! Aceitei, porque sempre ensinei e usar quadro negro, cuspe e giz...Logo pensei que minha ‘missão’, possivelmente, tenha me afetado os tendões. Tempos depois procurei novamente um médico ortopedista que rapidamente me encaminhou para uma ressonância magnética. O resultado foi penoso, tumor no úmero! O intervalo entre a operação, biópsia e resultado final foi grande, no entanto nem tão enorme quanto imaginei. Hoje convivo muito bem com uma prótese na cabeça do úmero e não tenho a menor complicação em conviver com minhas limitações...
Aí é que entra o email. Nem sempre as coisas são o que parecem. Dizem que a dor é inevitável e o sofrimento opcional. Não concordo totalmente com essa afirmação, respeito quem a declarou, porque todos sofremos. Quem não sofre pelas perdas necessárias? Todos nós, mesmo que não consigamos admitir. Fatos acontecem em nossa vida e na hora “H” nada há que os expliquem. A vantagem da maturidade está justamnete no poder de mais cedo do que se pensa chegar à conclusão de que aquilo que nos sucedeu foi um bem e não propriamente um mal. Nunca questionei o porquê de meu tumor e nunca demonstrei revolta ou mesmo depressão tive por isso. Agradeço todos os dias as graças que recebo e, também, por meus entes mais queridos não estarem aqui quando tive o câncer! Talvez eles tivessem sofrido muito mais que eu ao saber da doença que tive, pois gerações passadas têm mais receio que nós, que convivemos com uma medicina bastante avançada. E salve a fisioterapia!
Os acontecimentos somaram-se de um,a só vez. Minha tia faleceu, meu irmão perdeu a eleição e o tumor em meu ombro! Meus pais suportariam? Minha tia-mãe? Não sei! Hoje penso que foi melhor assim e o que parecia ser não foi. Tive uma segunda chance na vida e poucas pessoas conseguem essa bênção. A vida nos surpreende a cada instante, não caminha linearmente e nosso rumo se modifica 180º em segundos. O bom e o mal seguem juntos!
Atualmente o que faço é degustar o dom precioso que é viver e bem. Daí o título de meu blog “degustar a vida”..essa maravilha que é morar em um mundo cheio de ressonâncias energéticas que nos empurram para frente ao chegar ao nosso ser impregnadas de serenos sons que nos encantam os ouvidos e nos fazem aquecer a alma!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Sobre perdas

Quando um de nós se vai, é difícil no princípio nos acostumar com a idéia de "nunca mais". Com as diversas perdas que tive em minha vida, não apenas de pessoas, mas também por outra razão, não vou dizer que aprendi, porém continuo na caminhada e experimentando novas posturas frente à vida. Não se pode parar. As pessoas próximas e mesmo amigas nos exigem fortaleza, outros aconselham curtir o luto. Há, ainda, aqueles que reagem de forma natural. A esses invejo pela aceitação, pois sabem que nada mudará curtindo sofrimento! Cada qual tem sua forma de vivenciar a morte, seja de uma pessoa querida, de um animal companheiro, a perda de um emprego, de uma viagem, o término de um casamento, namoro, seja lá o que for.
Sou uma pessoa muito emotiva. Choro quando tenho vontade, em minha casa, na de amigos, na rua. Não me envorgonho de minha sensibilidade aflorada à flor da pele. Entrego-me à emoção como uma forma de alívio e sinto-me realmente leve quando deixo minha alma transbordar sentimentos que ela quer derramar. Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo o dia,(José Saramago).
Quando perdi meu pai (foi o primeiro), era meu protetor, fiquei atordoada por muitos anos. Era a primeira perda muito próxima. Na hora de minha mãe, quatorze anos depois, o sentimento foi mais dolorido, pois naquele momento percebi que perdia os dois, pai e mãe. Foi uma tristeza que não passou. Era uma pessoa contagiante, inteligentíssima, espirituosa, cômica bastante vezes e, também, dinâmica e uma lutadora!. Foi uma mãe extremosa, de pouco carinho explícito, porém cuidadosa e, juntamente com meu pai, ajudados pela tia Sylvia, criou seus sete filhos. Cada um seguiu seu rumo e hoje nos orgulhamos ao falar deles. A vida continuou. É preciso saber viver, disse Roberto Carlos, mas ele mesmo enfrentou várias batalhas como todos nós. E a gente vai levando, como canta Bethânia.
Minha tia-mãe, Sylvia, faleceu ano passado, 2008. Ela me amava e eu a ela. Até hoje sinto muito sua falta, de suas conversas inteligentes, de sábios conselhos, era brilhante na oratória e na escrita. Neste ano perdi outra tia, Aline, a última da família de minha mãe. Talvez eu seja piegas demais, talvez seja sentimental e muita gente já me achou “nervosa”. Que julgamento! Quem perdeu pessoas importantes na vida sabe que não é fácil..o barco se vai e a nossa caminhada tem que continuar...a morte é nossa companheira inseparável..caminha junto com a vida. Se a gente não sabe viver direito, muito menos aceitar a morte, que é muito mais penosa...
Adélia Prado tem um verso em um de seus poemas. ”Aquilo que a memória amou fica eterno”..É a pura verdade...enquanto houver gente que se lembre das pessoas queridas que partiram, elas nunca morrerão definitivamente, serão sempre lembradas e amadas pelos seus exemplos e feitos. De seu íntimo cada um sabe e não será feliz aquele que não souber deixar partir os mortos e viver a vida, um dom maravilhoso que recebemos. É preciso degustá-la com sabedoria.
Drummond retrata brilhante e lindamente o que tentei dizer acima: Amar o perdido/deixa confundido/este coração. Nada pode o ouvido/contra o sem sentido/ apelo do Não. As coisas tangíveis/tornam-se insensíveis/ à palma da mão. Mas as coisas findas/muito mais que lindas/ essas ficarão. (Memória)