sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Justiça ou Direito? Ficção ou Realidade?

Brasil! Ficção ou realidade? Justiça ou Direito?Os cristãos dizem que Deus criou os céus e a terra. Os homens e o infinito. Enviou-nos seu Filho para nos redimir dos pecados e nos deu a tábua das leis, pelas mãos de Moisés, seu servo. Que foi feito dessa herença?
Num país em que 32 milhões de seus habitantes vivem sem alcançar as necessidades vitais básicas, há que se pensar racional e friamente na justiça e no direito de todos e para todos. Embora os fatos cotidianos nos digam não, existe a justiça e existe o direito, e o Brasil é uma realidade. Pela lei natural da vida, vencem os mais fortes e os mais poderosos, isto é, os homens de fibra e fortes de caráter e espírito. Esses jamais serão vencidos. Assim, as leis são aplicadas sim, e a justiça acontece, mesmo que a tendência do homem de hoje, principalmente do brasileiro, seja se deixar levar pelos fatos apresentados na mídia. Mas é uma visão incorreta da realidade que se nos apresenta.
A justiça, simbolizada pela balança, representa o equilíbrio do homem ao julgar seu semelhante. O direito de qualquer cidadão é respeitado simultaneamente ao cumprimento das leis e não devemos confundi-lo com educação, que cada um recebe de maneiras diferentes. Num mundo desequilibrado economicamente e cuja sociedade é assolada pela violência, os cidadãos são levados a criar preceitos pessoais e a vivenciá-los. É preciso, no entanto, refletir esse posicionamento e acreditar que, mesmo havendo violação dos direitos humanos e o desrespeito à cidadania, o direito do homemé sagrado. E a justiça, muitas vezes, opera no sentido de garantir a liberdade e a crença de cada um.
Justiça ou direito, ficção ou realidade? Para o homem consciente há justiça e direito, para o cidadão do mundo realidade, que vai se firmando em pensamentos e ações coerentes, equilibrados e livres na construção de um mundo mais justo e na cidadania, direito de todos.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

É impressionante como há pessoas sem escrúpulos nesse nosso país! Não vislumbro nenhum sinal que possa mudar essa mentalidade da ‘lei de gérson’, ganhar vantagem em tudo! Ninguém é perfeito, mas o mínimo de dignidade todos devem ter! Infelizmente não é o que acontece num país em que a cúpula mostra suas falcatruas sem medo e achando que está tudo bem, está tudo certo! O povo paga...
Tenho alguns cartões de crédito e os uso de vez em quando..com esses juros não há como os utilizar sempre, apenas em casos de necessidade mesmo. Apareceu em um de meus cartões uma cobrança de uma fatura cuja compra não efetuei. Ligo para a central de relacionamentos e vem logo aquela voz gravada ditando os números e tenho que escolher um. A atendente (“em que posso ajudar”?) responde de maneira delicada e, pormenorizadamente, explico-lhe o que ocorreu (havia feito o mesmo procedimento dias atrás) e ela me pede uma série de informações pessoais, faltando apenas me perguntar se já fiz mapa astral! E tenho que lhe passar, pois em caso contrário fico sem solução. Dizem que minha ligação está sendo gravada. Daí a pouco me pede para esperar um minuto e a música começa a tocar. Instrumental, como gosto...mas continua aquela musiquinha por minutos a fio e me dá vontade de desligar, mas preciso resolver o problema. Ao retornar repito a ela que já havia tentado resolver antes e, novamente, solicita-me uma nova carta que devo escrever de próprio punho, um novo modelo (havia enviado uma outra por fax) e me informa um novo número de fax. Explico-lhe que tenho dificuldade de escrever com a mão direita, mas mesmo assim tenho que fazê-lo. Não sei como tudo vai terminar, o problema é a morosidade na resolução. Digo-lhe francamente se ela está naquele posto deve, imediatamente, resolver, sem que eu precise de tanta burocracia e em meu cartão continuam vindo as cobranças. Numa época de rapidez é humanamente impossível entender o que se passa com essas empresas. Penso que querem é dificultar ao máximo, a fim de ganharem tempo e dinheiro às nossas custas. Tentei ligar para a editora que efetuou a cobrança, a telefonista “gravada” diz que o atendimento é de 9 às 12h, ligo nesse horário e a mesma voz informa que o atendimento é de 15 às 18h e, assim, indefinidamente. Fico sabendo que as editoras estão terceirizando seu serviço! A dúvida é uma constante em minha mente e acabo ficando 'fula' da vida e aguardando o final da história. É muito provável que isso já tenha acontecido com alguém. Procon? Desisto! Que acontece cá embaixo é a nítida repetição do que acontece lá em cima! Um absurdo que não tem fim. Ponto!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Apareça, cotovia! Cante no meu quintal aquelas músicas que só seus dedos sabem dedilhar...sua harpa é divina, seu som é puro, sua alma principia e suas mãos sossegam a aflição de corações que anseiam por sua ternura porque conhecem o dom que é te amar...

Saudade de meu pai

Bateu-me uma saudade imensa de meu pai.Quando ainda era vivo, foi a Manaus visitar minha irmã e netos, naquela época em que nada era globalizado. Passeando pelo comércio, encontrou um pequeno objeto enrolado num saquinho de pano cor-de-rosa...e descobriu o segredo que todos procuram aprender hoje em dia...dar gargalhadas! Ele já era bem- humorado por natureza e soube tirar proveito daquele saquinho de onde saía um som de risadas. Todos na cidade queriam ver e conhecer e, principalmente, saber como funcionava. Hoje a receita dos terapeutas e afins é "rir é o melhor remédio"...O tal objeto era movido à pilha e no momento em que se acionava um dispositivo, a gravação dentro dele emitia sons que eram "verdadeiras" gargalhadas. Não havia quem não ficasse contagiado com as risadas do famoso "saco". As crianças e os mais idosos eram então os que mais o procuravam e ele se encantava todo!!! Também com aquela novidade nas mãos....
Meu pai era extremamente popular, quase todos o conheciam e a cidade inteira sabia daquela história , tanto que sempre se achegava alguém a lhe pedir para fazer com que o "saco" desse risada...Quantas pessoas não lhe pediram para lhe vender aquela bugiganga... Algumas vezes que voltou a Manaus ou quando minha irmã vinha nos visitar, sempre havia algumas encomendas. Ele fez a festa....e não há mais desse "saco de risadas" atualmente...
Hoje, quando recebi esse email, (naquela dia, não me lembro mais qual foi) fiquei pensando na sua inocência de dar gargalhadas e o quanto isso lhe fez um bem enquanto viveu..pessoa das mais simples, um homem nobre e com uma sabedoria de grandes mestres....
Meu pai era assim...um homem alegre e brincalhão, acreditava que todas as pessoas eram boas e rir era realmente a cura para todos os males.
Quem o conheceu deve se lembrar dele com o "saquinho de risadas" na mão...

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Tia Sylvia partiu domingo, 21 de setembro, 08, pela manhã...foi-se a mulher que mais amou e se dedicou à família e ao próximo... foi-se nossa segunda mãe...foi-se um pedaço de nós outra vez... Foi-se no dia da árvore a mulher-alegria, que adorava jabuticaba, laranja e gostava de apanhá-las no pé... Preservou e amou a natureza, amou a vida, as pessoas, os livros, a música...
Foi-se a mulher - coragem, de luta, de determinação, de energia e bondade, de rigidez e delicadeza, cheia de esperança e otimismo !
Foi-se a mulher mais humanizada e consciente, alegre e de risada fácil, a mãe de todos os sobrinhos, a mãe dos irmãos, dos carentes, dos tristes; a mulher fortaleza, coerente, ética, brasileira, cheia de graça ...
Foi-se a mulher educadora por excelência, literata, escritora, tradutora, culta, escrevinhadora de cartas( das últimas que conheci), grande incentivadora da leitura, além de amiga dos números, intelectualizada, ledora assídua...
Foi-se a mulher sonhadora, digna, comunicativa, conselheira, amiga, companheira, presenteadora, passeadeira, prendada, brilhante...
Foi-se a bivó que ensinou na quinta feira, antes de sua internação, aos 20 dias antes de completar 93 anos, lúcida, a tabuada de oito para seu sobrinho...Amável!
Foi-se a artista do bordado, da tapeçaria, que amava a arte, o mundo que quase o conheceu por inteiro na palma da mão....
Foi-se a tia que amou a Itália, a terra dos Incas, cultivou amizades pelo mundo, soube conviver com a política e com nomes como Tancredo,( de quem era amigo pessoal) Andradinha, José Maria Alckmim, Magalhães Pinto dentre tantos outros ilustres mineiros que fizeram a história de Minas e contribuíram para a história do Brasil! Fascinante...
Foi-se a mulher que se preocupava com o planeta, com a água potável, com a energia, com a economia, que mantinha diálogos admiráveis...Ativa!
Foi-se a tia de memória viva que foi um arquivo em vida e os sentimentos que me afloram ao abrir tão preciosos escritos trazem-me belíssimas recordações e me sinto impregnada de tudo que me ensinou e herdei de sua riquíssima personalidade que muito me honra e dignifica levar pelo resto de minha trajetória na terra sua mensagem de VIDA, AMOR, PAZ...
Foi-se a tia-mãe...ficou o legado de uma mulher de fibra, que viveu por todos nós! Dedicada!

Homenagem de sua sobrinha que muito a amou em vida e a deixou partir....serena e calma como as águas de um mar tranquilo que tanto amava!Ficamos em pedaços, mas a colcha de retalhos será refeita....aos poucos, devagar, como um quebra-cabeças, encaixando cada peça, ao tentar entender o mistério que envolve a VIDA!
O eterno recomeçar

Li uma vez, em um cartão que mamãe recebeu, em comemoração aos seus 90 anos: ‘a alegria brilha nos olhos de quem sabe curtir a emoção de simplesmente viver. Viva com disposição e entusiasmo, fazendo o que gosta e realizando sonhos’.
O grande encontro em que conseguimos nos reunir foi o sonho realizado. Foi tão gratificante, bom que fiquei com ele na cabeça muito tempo e nem escrevi nada para marcar essa confraternização de uma família que não se via há uns bem cinco anos. Não queria estragar a lembrança que não me saía da mente e nem queria voltar à realidade de uma vida vivida com tão poucas pessoas em casa após um lar cheio de encontros e encantamentos pelas risadas, choros, graças e folia que a gente sabe não voltam mais, mas se realizam novamente nas gerações que nos sucedem ... " Refeição é devolução.Da mesma forma como o alimento devolve ao corpo os nutrientes perdidos, a presença dos que amamos nos devolve a nós mesmos. Sentar à mesa é isso. Nós nos servimos de alimentos e olhares. Comungamos uns aos outros, assim como o corpo se incorpora da vida que o alimento lhe devolve. A mesa é o lugar onde as fomes se manifestam e são curadas. Fome de pão. Fome de amor." (Pe Fábio de Melo em Quem me roubou de mim) Nosso encontro foi assim, um saciar de pão e presença que se fazia ausência há tempos! Planejamos tudo, minha irmã Adélia eu, nos mínimos detalhes! A cozinha foi pequena para tanta comida feita com prazer e energia, fez-me lembrar o filme “A festa de Babette” em que a protagonista prepara uma refeição para os membros de uma família. Seu contentamento maior foi olhar todos se deliciando com os pratos oferecidos. Para ela foi uma festa, assim como pra nós todos que participamos do encontro! Nunca mais haverá outro igual, mas haverá outros tantos daqui em diante! É interessante notar o amadurecimento daqueles com quem se conviveu durante uma vida inteira e ao chegar à casa materna se deliciam com ela, andando e verificando os cômodos, olhando cada pedaço da casa, cada móvel, paredes como se tudo falasse. E a certeza é que as coisas falam, como bem escreveu Sílvia Ortoff em seu livro infantil “A voz das coisas”... Um pedaço de coração de cada um deve ter ficado nessa casa quando partiram porque se casaram, ou foram em busca de trabalho, ao visionar novos horizontes e um pedaço desse coração ouviu a voz das coisas! E com que clareza, melodia, os filhos ouviram gargalhadas antigas, brincadeiras com gritos e choros. Ouviram a voz do vento que dizia estarem de volta a uma parte de sua infância que não teriam mais..Queriam passar aos descendentes a impressão de felicidade que viveram aqui, e os filhos aos filhos-netos a mensagem dos pais! Não há como descrever a emoção de cada filho retornar à casa dos pais após longo período sem visitá-la..Ah, lágrimas saltaram dos olhos...a sensibilidade dos que souberam apreciar o encontro foi nítida e eterna como são os grandes encontros familiares...Talvez tenha ficado alguém sem experimentar o bolo de nozes, outros deixaram de provar a torta de morangos e outros mais o bolo feito à moda antiga ou até de se deliciar com os casos lembrados...mas ninguém deixou de provar a emoção ao ver a família reunida para mais uma festa..e nosso pais estavam sorridentes olhando do alto a algazarra aqui acontecendo..e nos vimos abençoados mais uma vez pelas mãos daqueles que nunca deixaram de nos amar e realizar nossos sonhos ...e eles sorriram muito mais quando viram a família reunida e com firme propósito de se juntarem, mais uma vez..Quando? Numa data qualquer...
Admiro quem sabe brincar com as palavras..nunca me arrisquei a escrever, por receio, vergonha, insegurança, inúmeros fantasmas que assustam quem se atreve a se expor por esse veículo tão envolvente e louco da internet..Agora, muito tempo depois, já madura, resolvi olhar para dentro de mim mesma e soltar minhas emoções e sentimentos que estavam guardados em uma gaveta...minha mãe dizia que quando eu era criança gostava de brincar como professora. E ela estava certa, tornei-me uma aos 18 anos, lidando com moças e rapazes de quase a minha idade na época. Digo sempre que minha profissão foi por herança e vocação. Herança, porque toda a minha família, principalmente as mulheres, tornara-se mestre na arte de ensinar! E vocação, até mesmo pelo simples fato de em criança tentar o que seria de verdade mais tarde. A Educação era conversa quase obrigatória dentro de casa em virtude de tantas mestras versando sobre o mesmo tema! Cada qual com uma história diferente e algumas até muito divertidas, mas não me lembro bem delas para relatar aqui. O caso é que resolvi colocar no papel o que me assombrou e assombra em minha vida, percorrendo os caminhos por causa das escolhas feitas. De nada me arrependo, apenas de não ter podido degustar constantemente das delícias da vida..houve pinguelas para atravessar, porém como sou dotada de equilíbrio, com segurança passei por elas. E aos poucos vou pensando, dormindo com os assuntos e escrevendo o que ditar minha alma..Nunca fui e nem tenho a pretensão de ser uma escritora, apenas uma pessoa com sede de fazer o que sua intuição lhe ditou por uma vida inteira..A tentativa é agora..caso contrário, morrerei sem que realize um de meus sonhos: escrever