sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Escolhas...

Somos verdadeiramente livres para fazer nossas escolhas? Elas são nossas de verdade? Penso que nem sempre a resposta seja sim. Nada depende, exclusivamente, de apenas nós mesmos. Somos escravos de uma ou outra situação, pessoa, causa, problema. Escravos da emoção, dos sentimentos de culpa, servidão, autoridade e muito mais.

Quando se é criança não se tem a liberdade de ir e vir sem o pleno consentimento dos pais ou responsáveis. Refiro-me à época em que as crianças eram consideradas crianças e os meninos brincavam de bolinhas de gude e as meninas de boneca. Hoje os meninos brincam com seus videogames e as meninas aprendem a usar maquiagem. Nascem adultos e sofrem antes da hora.

Na escolha da profissão, normalmente, segue-se o que a família já é em sua grande maioria. Pais advogados, filhos também, médicos, dentistas, arquitetos, comerciantes, professores, assim como eu criada num ambiente de educadores. Meu projeto inicial era Psicologia, mas o financeiro não suportou. Realizei-me no que pude fazer de bom, ser a melhor professora dentro do possível e consegui méritos e ser reconhecida pelo meu excelente trabalho profissional.

Não se escolhe ter mágoa ou raiva, ou ser feliz ou infeliz. Apenas se é. Como também não se escolhe amar essa ou aquela pessoa, assim como não se escolhe ter simpatia por alguém. O sentimento não tem escolha, brota na pele, no olhar, no aperto de mão, e da mesma maneira que nasce pode murchar e morrer por uma grande decepção. Que fazer diante de um conflito interno? Diante do vazio? Da solidão necessária? Ninguém pode ajudar a não ser o próprio indivíduo a si mesmo. 

A liberdade de escolha nunca foi tão livre assim. A sociedade moderna exige que as mulheres tenham certo padrão de beleza que as faz sofrer e as leva à morte muitas vezes. O erro é uma palavra que fugiu ao vocabulário das pessoas que não sobreviveram ao ritmo da normalidade. Beleza é fundamental, então, não se pode escolher ser o que se quer ser e, sim, o que os outros querem que se seja.
Alguém há de pensar: Mas isso é se preocupar muito com a opinião dos outros. Não é essa a questão. A liberdade completa não existe, é o que quero dizer. Liberdade interna, sim, porque ninguém é dono de ninguém, de nossos pensamentos, sentimentos, emoções, preocupações e, ainda, podemos sonhar. O sonho é a expressão máxima de liberdade. Leva-nos a mundos distantes e a encontrar-nos com pessoas queridas as quais deixaram nosso convívio. O sonho faz-nos reviver momentos vividos e a flutuar em mundos fictícios. Essa liberdade existe, apesar de não se poder segurá-la nem no tempo nem em pensamento
Acabou-se a boa comida, farta, saborosa. Acabou-se o mundo dos cheinhos, do abraço apertado e macio, vale agora o ‘dois beijinhos’, quando não, ‘um só’. Minha escolha depende da escolha do outro! Minha vida depende da vida de quem convive comigo, porque vivemos em uma coletividade e respeitar as regras é fundamental. Essa lógica existe desde que o mundo é mundo!
A liberdade é um anseio com a qual todos sonhamos, mas poucos o conseguem, porque nem todos, ainda, conservam o dom de sonhar. E o sonho é vida livre e a liberdade é um processo que exige maturidade e consciência de quem já viveu o bastante neste “mundo vasto mundo’!