sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Homenagem ao meu querido aluno Paulo Alfredo

O jovem se foi...ficou a imagem de um homem calmo, sereno, brincalhão, carismático e cheio de vida. E, acima de tudo, justo! Justiça pela qual lutou até o fim, mesmo que findando em um instante de lazer. A vida lhe foi pródiga. Deu-lhe uma inteligência brilhante, um olhar aguçado, curioso, uma personalidade comunicativa, por isso estava no Timor Leste. Para cumprir uma missão que só aos nobres cabe honrar.

Homenagens lhe são feitas em sua cidade natal, no Brasil e no exterior. Seus pais derramam lágrimas e Deus as enxuga com seu lenço sagrado, pois, só Ele sabe que a dor é insuportável, mas cada um de nós tem sua cota de sofrimento.

Lembro-me de Paulo Alfredo muito bem. Um rapaz alegre, de bem com a vida, de muito boa convivência com os colegas que o seguiam visto que apresentava desde sempre sua liderança sobre os demais. Gostava de escrever. Era um poeta, um sonhador. Inventava histórias e, quando se sentia realizado ao terminar algo que lhe agradava, gostava de mostrar-me, saía de sua carteira, meio afobado e queria depressa minha opinião. Sempre o incentivei a escrever, porque ali estava um escritor em potencial, embora seu português não fosse dos melhores naquela época. Devorava livros. De suspense, pois, seus escritos sempre versavam sobre isso. Eu não tenho de me sentir orgulhosa de tê-lo tido como aluno?

Lembro-me dele sentado em sua carteira, de maneira despretensiosa, com o olhar distraído e vago, muitas vezes, educado, meigo, atencioso, incapaz de uma indelicadeza. Por que Deus permite que os jovens morram, parafraseando Drummond. Têm uma vida pela frente, uma vida a ser vivida e tudo é cortado. Tento uma explicação plausível e chego à conclusão de que o tempo de vida na terra para cada um de nós é igual. Tanto faz três meses, três anos, trinta anos...o tempo é como o amor, um elástico. Aumenta, diminui, torce, retorce e fica quase sempre igual, a não ser quando se machuca.

Deus não quer sofrimento de ninguém, Ele escolhe as pessoas que quer perto dEle. E Paulo Alfredo(assim eu o chamava) foi capacitado muito cedo!

Recordo-me de que uma determinada época, em que ele morava em Belo Horizonte, encontrei-me com sua mãe coruja, com razão. Seus filhos são pérolas. Euza me dissera que PA escrevera uma peça de teatro que fazia o maior sucesso em BH e, inclusive, fora aplaudido de pé no final do espetáculo. Fiquei tão orgulhosa, como se filho meu fosse. Gosto de saber notícia de meus ex-alunos e são poucos os que voltam para nos contar, assim como os cegos que voltaram para agradecer a Jesus. Isso é comum, estou acostumada, como tudo que acontece na vida, menos com a morte com a qual não lido bem.

Sempre me encontrava com Flávio henrique, Marcela que, também, foram meus alunos, brilhantes, aliás. Estive muitas vezes com seus pais e sempre me deram notícias dele, (PA) muito boas. Mas a última me pegou de surpresa e de coração sangrando, daí porque não tive coragem de lhes dar força quando de sua passagem por Lavras. Também eu precisava de ânimo por motivos, absolutamente, particulares.

Lembro-me, perfeitamente, de sua fisionomia que parecia de um ser triste, mas era sua meiguice que se confundia com tristeza.

Ah, Paulo Alfredo, sua partida nos encheu de angústia; sua passagem na terra foi como a de um cometa, bem rápida; sua vida foi pura energia; buscou o bem em locais os mais longinquos; encontrou a felicidade pessoal em uma garota canadense; deu brilho e orgulho aos seus pais e familiares em sua curta passagem por essa vida, mas saiba que eles aprenderam muito mais com você que eles possam imaginar. Um dia eles entenderão o mistério que envolveu sua morte prematura e vocês se encontrarão e eles lhe darão um 'respe' por passar essa rasteira em todos que o amávamos.

Quando todos nós choramos sua partida, você chegou ao lugar dos puros de coração; aos benevolentes de espírito; aos caridosos por missaõ; aos  nobres de caráter e solidários na dor e compreensivos na angústia.

Fique em Paz! Repouse no Espírito Santo e, assim, saberemos, com certeza, de que está nos braços do Pai.


6 comentários:

  1. Bela homenagem, belíssimas palavras...
    Parabéns!

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  2. Belíssima homenagem, com tão belas palavras!
    Parabéns!!!!!

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  3. Essas coisas doem demais. Um rapaz jovem já tendo que ser colhido. Mas faz parte da vida.

    Que seus pais encontrem consolo.

    Um abraco e obrogada pela visita

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  4. Visitei seu blog,
    Gostei muito!
    Abraços,
    Mariana.

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  5. Caríssima Tida, é com grande estima e consideração que venho participar de seu blog como seguidor. Fico muito grato por estar em minha caminhada no Caçador de Mistérios e digo-lhe que gosto muito de livros também, especificamente na área de Motivação e Liderança. Um pouco de literatura, fantasia e administração. Cheguei a escrever um livro, mas ainda preciso registrá-lo. Caso queira ler alguns textos, poderei enviar a você. Mas entre as histórias que mais me motivam estão "O Pequeno Príncipe", "Onde Vivem os Monstros" e livros de Dale Carnegie.
    Irei ler suas postagens e terei a certeza de que terei leituras de altíssima qualidade.
    Beijos e Felicidades!
    Luiz Ramos

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  6. Linda Homenagem Tida, Parabéns!!!
    Perder uma pessoa querida dói muito. Que Deus o Tenha na sua Paz.
    E dê consolo a esses pais por essa perda tão dolorida.

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