domingo, 8 de agosto de 2010

Justa homenagem

Minha mãe,  se viva fosse, completaria hoje, 08 de agosto de 2010, 100 anos. Poderia completá-los, sim, pois, há notícias de que um número bem alto de óbitos ocorre em pessoas com mais de cem anos. Mas nem todos têm esse privilégio, embora ela tenha tido seu quinhão de felicidade. Ela se foi num domingo, às 21h e 30 min, de 17/11/03, sem sofrer ou sentir dor. Sua vida foi marcada por privações e lutas, na maioria das vezes, mas soube, ao lado de meu pai, administrar muito bem as mazelas da vida. Foi uma mulher de fibra, de personalidade forte e meu pai a compreendia e por isso se davam muitíssimo bem. Infelizmente ele viveu menos, atacado por um diabetes que lhe causou outros males, faleceu aos 75 e ela, aos 93 anos. Foram bastante felizes para uma família de poucos recursos, que prova que nem sempre o dinheiro é o centro de uma vida feliz! É claro que deixa qualquer família/pessoa bem humorada, mas o foram sem tê-lo em excesso!

Mamãe era espirituosa, cozinheira de mão cheia, todos os filhos sentimos saudades imensas de nossa mesa cheia e farta, com quitutes feitos por ela. Era seu jeito de agradar e mal sabia como agradava, já que viemos de uma família meio seca. É a vida, pela falta de tempo e excesso de cansaço. Entendemos e vamos nos adaptando, e as mudanças vão acontecendo por causa das gerações mais novas. São esses pequenos que vão nos ensinando a viver com mais doçura, com mais demonstrações de amor, tal sua espontaneidade e descontração em seu dia-a-dia conosco.

Pela falta de oportunidade de nós, irmãos,  encontrar-nos em ocasiões especiais como Natal, Ano Novo, surgiu a ideia de um encontro familiar. O primeiro aconteceu ano passado, em junho, numa época de frio tremendo e foi um inesquecível final de semana de lembranças, casos, gargalhadas e deixou um gosto de quero mais.

Este ano repetimos a dose, em julho, num frio, como no ano passado. Família toda reunida na expectativa de reviver as mesmas emoções do ano anterior. A surpresa foi maior, quando todos, ao adentrarem a casa, encontraram um lar meio diferente, porque uma reformazinha fora feita, sem descaracterizar a casa materna. Bem mais clara, mais minimalista, acolhemos a todos com a mesma emoção e calor. Foram dias maravilhosos e a memória guardará para sempre a data festiva desse segundo encontro e minha mãe foi, também, lembrada pelos 100 anos se estivesse viva e meu irmão mais velho, José Ropberto, completou seus bem vividos 70 anos ao lado da família numerosa e unida que se perpetua a cada dia pelo nascimento de mais um membro. Esse ano de Maria Luiza. 

Minha família gosta de um barulho e, em nossa casa, todos os dias há alguém diferente à mesa para almoçar conosco. Já virou hábito. Não nos acostumamos com a mesa vazia. E nem com poucos pratos. Mas a 'presença' é algo que nos reúne, aquece e sei que meus pais nos aplaudem onde quer que estejam e tenho a certeza de que junto ao Pai e nos abençoando todos os dias pela família iluminada que legaram ao mundo. Amém.

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